sexta-feira, 13 de julho de 2007

Isto só visto!

A Gazeta das Caldas, jornal local de referência na região Oeste, em particular nas Caldas da Rainha contactou a CP para um rescaldo sobre as alterações da reformulação dos horários na linha que atravessa a localidade. Resumidamente a CP respondeu assim:


“Após a introdução do novo horário na linha do Oeste, em Outubro de 2006, verificou-se um decréscimo na procura. Esta situação já era expectável, dado que a aposta em captar novo tráfego, através da introdução de novos comboios rápidos directos a Lisboa e Coimbra, representou uma alteração de fundo na estratégia da linha, com a consequente inércia associada a este tipo de alterações. Em Abril deste ano, com o conhecimento dos seus impactos reais, o novo horário foi sujeito a afinações. Agora, quase nove meses após a entrada em vigor do novo horário, a nova estratégia começa a dar os seus frutos. Neste momento, verificamos que a procura se está a aproximar dos valores de 2006 (vide ficheiro anexo), denotando uma tendência de crescimento. A CP Regional prevê que esta tendência se acentue no período de Verão que agora se inicia”.


Só pergunto que tipo de alterações e modificações estratégicas nos horários e modelo de negócio se podem levar a cabo que se traduzam numa expectável quebra de passageiros. Se essa quebra era expectável porque é que se mexeu. Mais vale pouco que menos. É incompreensivel que a CP se queixa da falta de lucros em algumas linhas quando depois vem dizer que esperavam que a radical alteração dos horários e introdução de novos comboios represente quebras de procura. Será isto lógico? Se é para perder não se mexe, só se deve mexer para ganhar ou melhorar. Como é possivel que se esperem quebras com as alterações que se façam?
Este é um cenário transversal a diferentes troços onde diferentes tipos de mercado e modelos de negócio certamente tornariam as linhas "menos pesadas" às contas públicas. Exemplos: Linha do Oeste, esses empresário que tanto apregoam a importância da linha que se aproximem para fazer as obras necessárias - que basicamente consistem em AMV's nas estações já que ainda existem os antigos sistemas de peso que não permitem a manutenção da velocidade (cerca de 110 km/h); Linha do Douro, potencialidades turisticas onde a CP poderia grandemente encher os seus cofres com muito mais do que comboios a vapor; Linha do Minho, explorando o interesse espanhol enquanto a AV não chega; linhas das Beiras, Alentejo e Algarve, em particular a ultima, com as respectivas regiões de turismo mas também a nivel comercial já que estas linhas chegam às principais cidades portuguesas e até são competitivas com o meio rodoviário, caso de Beja, Évora, Castelo Branco, Guarda, Vila Real Santo António - Faro - Portimão, etc... E já agora o tal ramal de Viseu.
Agora fazer alterações quando já se sabe de antemão, ou se esperam perdas de procura, é que nem o pior aluno do Técnico, nem aquele que não sabe que 7x0=0, faria!

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